Páginas

sábado, 21 de maio de 2011

Polidactília

Alelos autossômicos dominantes
  As doenças ligadas á genética são muitas e variadas, o objetivo deste trabalho é fazer uma breve análise, tentando destacar aspectos importantes que possam caracterizar as doenças causadas por alelos autossômicos dominantes, mais propriamente a polidactilia.
Estas patologias aparentam não ter muita importância, uma vez que não são quantitativamente significantes, mas são responsáveis pelo sofrimento de muitas pessoas afetadas por anomalias relacionadas com algum componente genético. Elas atingem diferentes etnias e apresentam uma grande variação regional na sua incidência.
 Hereditariedade:
 Quando há agregação familiar pode-se investigar se um caráter ou doença resulta da influência de fatores genéticos de natureza hereditária. Mas, dever-se-á ter presente que os progenitores transmitem a informação genética mas também o “ambiente”. Deste modo, é preciso ter presente critérios para uma identificação correta dos casos em que os fatores hereditários estão presentes, uma vez que, o risco de recorrência é maior para os familiares de indivíduos afetados em comparação com o risco para elementos da população não afetados.
 Para considerar uma condição como hereditária, devem ser ponderados os seguintes critérios:
- Após a exclusão das causas ambientais, a existência de proporções
Definidas na ocorrência de um caráter ou doença nos indivíduos com ascendência comum;
- A ausência do caráter ou doença nos membros da família que não tem ascendência comum;
- Uma idade de aparecimento e um curso da situação característicos, na ausência de fatores desencadeantes conhecidos;
- Uma maior concordância entre gêmeos monozigóticos (mesma informação genética) do que entre gêmeos dizigóticos;

 Hereditariedade autossômica dominante:
 Os genes relacionados com condições de hereditariedade autossômica dominante localizam-se num dos 22 pares de cromossomas autossômicos.
Para explicar os casos de dominância, considere-se um gene com duas formas alélicas: o alelo D, como forma mutada dominante, e o alelo d, como forma normal do gene. Nos casos de dominância, como ocorre para o alelo dominante da polidactilia o fenótipo determinado pelo genótipo heterozigótico (Dd) é igual ao fenótipo determinado pelo genótipo homozigótico para a forma mutada do alelo (DD).
Os traços de natureza dominante quando em heterozigotico, são menos severos e com inicio de expressão mais tardio, comparativamente com as manifestações de uma ocorrência homozigotico. As manifestações fenotípicas de homozigotico para uma mutação dominante são normalmente muito graves, embora haja casos em que as manifestações fenotípicas são idênticas em heterozigótico e em homozigotico para o alelo mutado.
Nos casos de hereditariedade autossômica dominante poderá estar presente um genótipo heterozigótico (Dd). A partir deste genótipo, por segregação meiótica podem-se formar gametas haplóides D ou d para o lócus em causa. O outro membro do casal poderá ser homozigótico para o alelo normal (dd) produzindo gametas haplóides com o alelo d. Recorrendo a um xadrez mendeliano (tab.1) verifica-se que a probabilidade de ocorrência de genótipos diplóides heterozigóticos (Dd), ou seja, manifestam a doença, é de 2 em 4 (50%) e de genótipo homozigótico (dd), ou seja, não manifestam a doença, é de 2 em 4 (50%).

d
d
D
Dd
Dd
d
dd
dd

Tabela 1 – hereditariedade autossômica dominante. Genótipos Dd e dd.

Se um dos progenitores tivesse como genótipo (DD), ou seja, homozigótico dominante, e o outro progenitor tivesse como genótipo (dd), ou seja, homozigótico recessivo, verificar-se-ia uma descendência onde todos possuíam a patologia em causa e todos seriam heterozigóticos. (tabela 2).

d
d
D
Dd
Dd
D
Dd
Dd
Tabela 2 – hereditariedade autossômica dominante. Genótipo DD e dd

Se por outro lado, ocorrer um cruzamento entre indivíduos heterozigóticos (Dd) haverá a probabilidade de 3 em 4 (75%) de ter descendentes com a doença (Dd ou DD) e de apenas 1 em 4 (25%) de ter um descendente que não seja afetado pela anomalia (dd) (tabela 3).

D
d
D
DD
Dd
d
Dd
dd
Tabela 3 – hereditariedade autossômica dominante. Genótipo Dd e Dd

Por ultimo, o caso em que um dos progenitores possua como genótipo (Dd) e o outro progenitor (DD) toda a descendência manifestará a doença, sendo que 2 em 4 (50%) será homozigótico dominante (DD) e 2 em 4 (50%) será heterozigótico (Dd) (tabela 4)

D
d
D
DD
Dd
D
DD
Dd
Tabela 4 – hereditariedade autossômica dominante. Genótipo DD e Dd

 A hereditariedade autossômica dominante é conhecida pelos seguintes critérios:
. Os dois sexos são afetados;
. A doença ou caráter manifesta-se em heterozigóticos;
. Quer os indivíduos do sexo feminino quer os do sexo masculino transmitem a doença em igual proporção;
. Transmite-se de um modo “vertical”, não saltando habitualmente nenhuma geração, encontrando-se, por isso, em gerações sucessivas nas famílias afetadas;
. Um indivíduo com a doença ou caráter tem sempre um dos progenitores doente, a não ser que se tenha verificado uma mutação “de novo”;
. Os filhos normais de um indivíduo com o caráter ou doença terão, por sua vez, todos os seus filhos saudáveis, se casarem com um indivíduo saudável;
Polidactilia:
. É uma doença caracterizada pela presença de um dedo extra causado por uma má formação congênita;
. Há uma variação muito grande na expressão desta característica, desde a presença de um dedo extra, completamente desenvolvido, até a de uma simples saliência carnosa (figuras 6 e 7), estas alterações são o resultado do excesso de segmentação longitudinal na diferenciação da ectoderme do embrião;
. Distinguem-se dois tipos de polidactilia: a pós – axial (do lado cubital da mão ou do lado peroneal do pé) e a pré – axial (do lado radial da mão ou tibial do pé);
. A Polidactilia pós – axial tem herança autossômica dominante e é 10 vezes mais freqüente em negros do que em caucasianos;
. A polidactilia pré – axial é entidade heterogênea e compreende vários tipos de defeitos (polidactilia do polegar, polidactilia do dedo indicador, polissindactilia; etc.);

Figuras 6 e 7 – indivíduos portadores de polidactilia;

Tratamento
Cirurgia
Com a paciente sob anestesia geral, fez-se marcação de retalhos retangulares associados a zetaplastias dorsal e plantar entre primeiro, segundo e terceiro dedos (Figuras A e B), incisão em pele com dissecção dos retalhos (Figura C), extirpação total do terceiro pododáctilo esquerdo e da região medial e distal do segundo metatarso, transposição da região medial e distal do primeiro metatarso
juntamente com feixes vásculo-nervosos (após delicadadissecção) para porção restante (medial proximal) do segundo. Por fim, realizada extirpação da região proximal do primeiro metatarso.

     O tratamento da polidactilia deve sempre ter como objetivo a restauração da função                               da forma do membro afetado.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LIVROS:
 mustacchi, z; peres, s. (2000). genética baseada em evidências: síndromes e heranças. cid editora ltda, são paulo.
 ragateiro, fernando j. (2003). manual de genética medica. coimbra – imprensa da universidade.
 gallavotti, barbara. (2002). os segredos da vida – volume 9. asa editores ii, s.a.
 costa, dr.ª ana, (1984). guia médico – conselhos práticos. salvat editora do brasil, ltda.

 SITES:
 http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=457&ididioma=1
 http://www.rbcp.org.br/imagebank/pdf/24-01-21.pdf
 http://enciclopedia.tiosam.com/enciclopedia/enciclopedia.asp?title=polidactilia

POSTADO POR: JÉSSICA KATRINE RAMOS GUEDES



Nenhum comentário:

Postar um comentário