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sábado, 21 de maio de 2011

Epispádia

No passado a uretra feminina pagou um preço muito alto, devido aos nossos escassos conhecimentos a respeito da dinâmica da micção. Os aspectos radiológicos que sugeriam estenose (uretra em pião, em ânfora, etc...) nada mais refletiam do que uma disfunção miccional.
Na prática encontramos muito raramente a hipospádia feminina e discute-se a existência de duplicidade uretral e válvula uretral. O divertículo uretral que se encontra na mulher adulta não é visto na infância.


Válvula de Uretra Posterior



A embriologia da uretra masculina é complexa e pouco conhecida. A formação da uretra deve ser considerada em duas fases:
- diferenciação da cloaca (seio urogenital), originando a uretra posterior;
- tubulização da placa uretral, que dará origem à uretra anterior.
A válvula de uretra posterior é um obstáculo na região do veromontanum que em sendo congênito, dependendo da gravidade, pode trazer sérios riscos ao recém-nato.
Foi inicialmente descrita por Largenback em 1802 e definitivamente por Young em 1912.
É a causa mais comum de disúria do menino. Incide em 1 a cada 5.000 a 8.000 nascimentos masculinos.

                                                            Válvula de Uretra Posterior
 Classificação


Inicialmente classificada em 3 tipos por Young, hoje sabemos que o tipo II não existe; porém, mantemos a classificação histórica de tipo I a mais freqüente (95% dos casos) e tipo III (os 5% restantes). A classificação é bem teórica, porque na prática a sintomatologia e o tratamento são idênticos nos dois tipos.





Tipo I – É uma membrana obstrutiva que vai da porção posterior distal do veromontanum até a parede uretral anterior. Sua embriologia não é inteiramente conhecida, mas acredita-se que ela seja o resultado final da inserção anômala do ducto mesonéfrico na primitiva cloaca fetal.

Tipo III – A etiologia mais provável é a que ela seria o resultado da dissolução incompleta da membrana urogenital. A membrana obstrutiva está situada distalmente ao veromontanum no nível da uretra membranosa. Classicamente descrita como uma membrana em forma de anel com uma abertura central.

 Sintomatologia


O início e a intensidade dos sintomas estão na relação direta do grau de obstrução, sendo dependente da idade. >> Tratamento


                                                                       Pré-operatório

A função renal e a idade não são muito importantes na abordagem e principalmente no tratamento da válvula de uretra posterior.

Em crianças maiores com disfunção vesical e com boa função renal, o tratamento apenas com destruição endoscópica da válvula é suficiente. Em crianças em que persiste a disfunção, pode haver a necessidade de drogas e quando o refluxo é significativo, correção cirúrgica.

                                                                       Pós-operatório


Os maiores problemas ocorrem com as crianças recém-nascidas. Feito a suspeita intra-útero, logo ao nascer temos que tratar a criança. A colocação de cateter vesical e antibioticoterapia permitem preservar a função renal e evitar sepsis. Na presença de função renal normal devemos cauterizar a válvula, com endoscópio muito fino ou quando não for possível, por via anterógrada percutânea. Devemos usar eletrodos cauterizantes e não alças. Não se deve mexer no colo vesical. A incisão deve ser realizada as 4-8 horas e principalmente as 12 horas, em toda a extensão da válvula, evitando-se ir muito fundo. Deixamos sonda uretral por 24 a 48 horas.

O maior problema está no recém-nato com insuficiência renal. As opções de tratamento são:
    - destruição endoscópica da válvula;
    - vesicostomia;
    - derivação ureteral alta.
Estas opções podem ser utilizadas com questionamentos. Atualmente nossa conduta é a de tentar tratar todas as crianças com cauterização primária da válvula e somente derivar quando a creatinina for > 1,8 mg/dl ou em casos de infecção rebelde a antibioticoterapia. Quando necessário utilizamos a nefrostomia percutânea com anestesia local ou a ureterostomia cutânea alta.


 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

 http://www.urologia.com.br/asp/d_urologia.asp?Codigo=13778

POSTADO POR: MARIANA RIOS DE OLIVEIRA


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