O QUE É SÍNDROME FETAL DO ÁLCOOL?
É um grupo de defeitos encontrados no nascimento. Os defeitos são físicos e mentais, resultados do consumo de álcool durante a gravidez. Como citado anteriormente, estes defeitos incluem atraso mental, déficit de crescimento, mau funcionamento do sistema nervoso, anomalias cranianas e desajustes de comportamento.
A maior parte das mulheres consome álcool antes de saber que está grávida. Desta forma, fortalece-se que nem sempre os efeitos da bebida no crescimento e desenvolvimento normal dos fetos são nocivos.
Sem dúvida, está claro e comprovado cientificamente que beber de maneira crônica e exceder-se no consumo afeta o crescimento normal dos bebês. A OMS (Organização Mundial de Saúde) tem realizado estudos que demonstram a influência negativa do álcool quando consumido por mulheres durante a gestação. O dano não se apresenta na mulher, mas sim no feto que está se desenvolvendo no útero.
COMO O ÁLCOOL AFETA O FETO?
Qualquer quantidade de álcool, por menor que seja, pode por em risco o desenvolvimento do feto, produzindo deficiências físicas e mentais. Segundo a Dra. Maria Luisa Martínez, médica espanhola e conhecedora do tema, as bebidas alcoólicas penetram no feto, através da corrente sangüínea materna. Os danos são produzidos, porque a gestante elimina duas vezes mais rápido o álcool do seu sangue que o bebê, forçando-o a realizar uma tarefa para quais seus órgãos não estão preparados.
Uma só dose traz danos?
Muitas pessoas crêem que o simples ato de tomar uma taça de vinho, no almoço ou no jantar, pode prejudicar de alguma maneira o embrião. Segundo especialistas, o organismo de cada pessoa é distinto e reage de maneira diferente ao álcool. Algumas mulheres podem - e de fato o fazem - ingerir vinho, em doses apropriadas, para combater o stress da gravidez, para relaxarem ou em ocasiões especiais.
Segundo o Dr. Luis Alberto Garza tem importância a história genética da mãe e o comportamento frente ao álcool antes de ficar grávida. Neste sentido, mulheres com antecedentes familiares de alcoolismo e uma história pessoal de excessos, geralmente, apresentam maior risco de causar dano ao feto, sempre, e quando consuma álcool.
A SOLUÇÃO: EDUCAÇÃO
A solução não está em deixar de consumir álcool quando há um conhecimento do risco. Muitas vezes, o dano já foi provocado e não há modo de corrigi-lo. A Dra. Sonia Rincón afirma que muitos obstetras recomendam pequenas doses de álcool para mulheres grávidas como algo que traz benefícios. Isto pode não ser prudente, pois alguns organismos são diferentes de outros e não respondem de maneira igual aos estímulos do álcool.
Segundo a Organização sobre a Síndrome Fetal do Álcool, cerca de 20% dos nascimentos com defeitos congênitos são devido ao consumo de licor.
Desta forma, os fatores ambientais podem servir como apoio para que isto não se suceda. O apoio familiar, a companhia, um ambiente de harmonia e a colaboração daqueles que se encontram ao redor da mulher, no decorrer de sua gravidez, são um requisito fundamental para evitar o risco do consumo de álcool. Da mesma forma, o planejamento familiar pode contribuir para que não haja consumo de álcool nas primeiras semanas de gestação.
A TRAGÉDIA QUE PODE SER EVITADA
“Quando Malcolm nasceu, meu coração se partiu”, ela disse.
“E a culpa, meu Deus, o sentimento de culpa...”
“E a culpa, meu Deus, o sentimento de culpa...”
Quando descobriu que estava grávida, estava perdendo a luta contra o alcoolismo. Meses mais tarde, seu filho nascia com a síndrome do alcoolismo fetal.
Ellen O’donovan, durante minha missão fotográfica. Ela e seu filho Malcolm, de 3 anos, vivem numa pequena cidade na costa da Irlanda. Tinham viajado de ônibus durante 6 horas para consultar o médico, um especialista que trata da visão muito deficiente de Malcolm — uma das inúmeras deficiências relacionadas ao álcool.
A síndrome do alcoolismo fetal, SAF, termo usado para descrever o dano sofrido por alguns fetos quando a mãe bebe durante a gravidez, foi identificada pela primeira vez por volta de 1970. Dependendo da fase da gravidez e da quantidade ingerida, o álcool na corrente sangüínea materna pode ter efeito tóxico sobre o feto em formação. O defeito varia de leve a grave, causando gestos desajeitados, problemas de comportamento, falta de crescimento, rosto desfigurado, retardo mental.
O médico havia dito a Ellen que um jornalista americano queria fotografá-la com o filho. Ela concordou, na esperança de que outras mulheres aprendessem com o trágico erro que cometera. Entretanto, quando comecei a preparar a máquina, hesitou. Respirou profundamente e começou a falar.
“Naquela época, eu tomava uma garrafa de vodka por dia. Estava tão fora da realidade que nem sabia que estava grávida de dois meses. Assim que descobri, parei de beber, mas o dano já estava feito”.
Os O’Donovan não estão sozinhos. A cada ano, nascem milhares de bebês com defeitos relacionados ao álcool e a síndrome do alcoolismo fetal é uma das principais causas desconhecidas de retardo mental.
Malcolm nasceu com tamanho abaixo do normal, seus rins e o estômago não funcionam bem. Teve que ser alimentado por sonda até os 14 meses. Sua cabeça é menor do que o normal, ele apresenta anomalias faciais típicas da criança que sofre de SAF: olhos pequenos e afastados, lábio superior fino, nariz pequeno e arrebitado, queixo retraído. Nasceu com defeito nas córneas e pálpebras caídas. Mais tarde, por meio de uma cirurgia, obteve visão limitada no olho direito.
A síndrome do alcoolismo fetal é irreversível e Ellen está dedicando sua vida a cuidar do filho. “Felizmente, ele não parece retardado”, diz ela. “Está até começando a falar um pouco. Todos os dias trabalho com ele, ajudando-o a aprender a fazer aquilo que as crianças normais fazem”.
Fiquei comovido ao ver como ela o abraçava e o confortava quando ele começava a chorar. Ela confessou-me, emocionada. “Se este garotinho não tivesse nascido, eu teria morrido de tanto beber.” Há 3 anos e meio ela não bebe uma gota sequer.
Mas não vai ser fácil. Desempregada e vivendo com a mãe, Ellen planeja todos os seus dias em torno de Malcolm e das freqüentes vindas a Dublin para consultar vários médicos. Ofereci-me para pagar o ônibus, mas ela recusou: “Só diga às mulheres por aí, se querem ter filhos, fiquem longe da bebida”. Deu um beijo no filho e partiram.
“É tão triste ver que muitas crianças passam pela vida sem que seus males sejam detectados. É preciso ter muita experiência para reconhecer a síndrome, mesmo nos gravemente retardados. Muitas vezes, julgam mal a criança com retardo leve, pois costuma ser extrovertida e faladora. Ninguém imagina que seu sistema nervoso esteja afetado”. À medida que a criança cresce, esses aspectos positivos são freqüentemente abalados por problemas relacionados ao álcool — memória fraca, falta de concentração, raciocínio fraco e incapacidade de aprender com a experiência. Frustradas, algumas vítimas abandonam a escola ou terminam como marginais.
O efeito da síndrome do alcoolismo fetal aparece de modo diferente em cada criança. Na Rússia, um adolescente que tentava constantemente atingir seus amigos com uma tesoura. Na Suécia, uma garotinha tão doce e tão linda que perecia um anjo.
. A genética também pode ser um fator. Mesmo no caso de gêmeos, um pode ter sintomas graves enquanto o outro quase não é afetado. Nem todas as mães que bebem têm um bebê com a síndrome. Alguns médicos acham que qualquer quantidade de álcool é um risco para o bebê e quase todos concordam que uma bebedeira é muito perigosa — principalmente durante os primeiros três meses, quando há poucos sinais de gravidez. Como Ellen lamentou, “eu nem sabia que estava grávida. Esta é a tragédia”
Ellen O’donovan, durante minha missão fotográfica. Ela e seu filho Malcolm, de 3 anos, vivem numa pequena cidade na costa da Irlanda. Tinham viajado de ônibus durante 6 horas para consultar o médico, um especialista que trata da visão muito deficiente de Malcolm — uma das inúmeras deficiências relacionadas ao álcool.
A síndrome do alcoolismo fetal, SAF, termo usado para descrever o dano sofrido por alguns fetos quando a mãe bebe durante a gravidez, foi identificada pela primeira vez por volta de 1970. Dependendo da fase da gravidez e da quantidade ingerida, o álcool na corrente sangüínea materna pode ter efeito tóxico sobre o feto em formação. O defeito varia de leve a grave, causando gestos desajeitados, problemas de comportamento, falta de crescimento, rosto desfigurado, retardo mental.
O médico havia dito a Ellen que um jornalista americano queria fotografá-la com o filho. Ela concordou, na esperança de que outras mulheres aprendessem com o trágico erro que cometera. Entretanto, quando comecei a preparar a máquina, hesitou. Respirou profundamente e começou a falar.
“Naquela época, eu tomava uma garrafa de vodka por dia. Estava tão fora da realidade que nem sabia que estava grávida de dois meses. Assim que descobri, parei de beber, mas o dano já estava feito”.
Os O’Donovan não estão sozinhos. A cada ano, nascem milhares de bebês com defeitos relacionados ao álcool e a síndrome do alcoolismo fetal é uma das principais causas desconhecidas de retardo mental.
Malcolm nasceu com tamanho abaixo do normal, seus rins e o estômago não funcionam bem. Teve que ser alimentado por sonda até os 14 meses. Sua cabeça é menor do que o normal, ele apresenta anomalias faciais típicas da criança que sofre de SAF: olhos pequenos e afastados, lábio superior fino, nariz pequeno e arrebitado, queixo retraído. Nasceu com defeito nas córneas e pálpebras caídas. Mais tarde, por meio de uma cirurgia, obteve visão limitada no olho direito.
A síndrome do alcoolismo fetal é irreversível e Ellen está dedicando sua vida a cuidar do filho. “Felizmente, ele não parece retardado”, diz ela. “Está até começando a falar um pouco. Todos os dias trabalho com ele, ajudando-o a aprender a fazer aquilo que as crianças normais fazem”.
Fiquei comovido ao ver como ela o abraçava e o confortava quando ele começava a chorar. Ela confessou-me, emocionada. “Se este garotinho não tivesse nascido, eu teria morrido de tanto beber.” Há 3 anos e meio ela não bebe uma gota sequer.
Mas não vai ser fácil. Desempregada e vivendo com a mãe, Ellen planeja todos os seus dias em torno de Malcolm e das freqüentes vindas a Dublin para consultar vários médicos. Ofereci-me para pagar o ônibus, mas ela recusou: “Só diga às mulheres por aí, se querem ter filhos, fiquem longe da bebida”. Deu um beijo no filho e partiram.
“É tão triste ver que muitas crianças passam pela vida sem que seus males sejam detectados. É preciso ter muita experiência para reconhecer a síndrome, mesmo nos gravemente retardados. Muitas vezes, julgam mal a criança com retardo leve, pois costuma ser extrovertida e faladora. Ninguém imagina que seu sistema nervoso esteja afetado”. À medida que a criança cresce, esses aspectos positivos são freqüentemente abalados por problemas relacionados ao álcool — memória fraca, falta de concentração, raciocínio fraco e incapacidade de aprender com a experiência. Frustradas, algumas vítimas abandonam a escola ou terminam como marginais.
O efeito da síndrome do alcoolismo fetal aparece de modo diferente em cada criança. Na Rússia, um adolescente que tentava constantemente atingir seus amigos com uma tesoura. Na Suécia, uma garotinha tão doce e tão linda que perecia um anjo.
. A genética também pode ser um fator. Mesmo no caso de gêmeos, um pode ter sintomas graves enquanto o outro quase não é afetado. Nem todas as mães que bebem têm um bebê com a síndrome. Alguns médicos acham que qualquer quantidade de álcool é um risco para o bebê e quase todos concordam que uma bebedeira é muito perigosa — principalmente durante os primeiros três meses, quando há poucos sinais de gravidez. Como Ellen lamentou, “eu nem sabia que estava grávida. Esta é a tragédia”
TRATAMENTO
Não há uma abordagem terapêutica desenvolvida diretamente para SAF. Alguns fatores protetores contra complicações sociais e psicológicas já foram identificados.
Complicações clínicas, tais como convulsões ou cardiopatias, requerem tratamentos específicos. O mesmo se aplica à presença de transtornos psiquiátricos associados.
Complicações clínicas, tais como convulsões ou cardiopatias, requerem tratamentos específicos. O mesmo se aplica à presença de transtornos psiquiátricos associados.
O retardo mental, uma vez estabelecida sua gravidade, deve receber a atenção necessária em serviços especializados. Problemas motores, tais como incoordenação e déficits parecem ter boa resposta a tratamentos fisioterápicos.
Não se deve, no entanto, abordar o problema de modo restrito4. Medicar um transtorno psiquiátrico, cuidar de alterações oftalmológicas, procurarem uma escola especial ou proporcionar a criança atendimento psicológico ou fisioterápico são fundamentais, mas somente eficazes se associados e concomitantes. Deve haver um plano de tratamento e comunicação constante entre todos os profissionais e familiares envolvidos.
A participação da família e a atenção aos fatores ambientais capazes de comprometer a adaptação desses indivíduos são estratégias importantíssimas para melhorar o prognóstico destes indivíduos12. A ocorrência de distúrbios do comportamento é freqüente entre os portadores da SAF. No entanto, o manejo desses casos, realizado de modo intensivo e por equipes multidisciplinares especializadas parece ser bastante eficaz.
Não se deve, no entanto, abordar o problema de modo restrito4. Medicar um transtorno psiquiátrico, cuidar de alterações oftalmológicas, procurarem uma escola especial ou proporcionar a criança atendimento psicológico ou fisioterápico são fundamentais, mas somente eficazes se associados e concomitantes. Deve haver um plano de tratamento e comunicação constante entre todos os profissionais e familiares envolvidos.
A participação da família e a atenção aos fatores ambientais capazes de comprometer a adaptação desses indivíduos são estratégias importantíssimas para melhorar o prognóstico destes indivíduos12. A ocorrência de distúrbios do comportamento é freqüente entre os portadores da SAF. No entanto, o manejo desses casos, realizado de modo intensivo e por equipes multidisciplinares especializadas parece ser bastante eficaz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:
http://www.taps.org.br/Paginas/smentalartigo03.html http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc
POSTADO POR: ALESSANDRA RODRIGUES DOS SANTOS
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